Resenha: Crosses – Crosses


O Crosses é dessas bandas novas que aparecem que têm o som esquisito, mas, inevitavelmente, flertam com o pop e chamam atenção por parecer mais inofensivas do que os nomes e as letras aparentam. Depois de dois EPs, finalmente o grupo lançou seu primeiro disco de inéditas.

Faixa de abertura, "This Is a Trick" já apareceu em EP1, por isso saber que ela soaria como uma música do 30 Seconds to Mars (30STM) com sintetizadores não era novidade alguma. Péssimo início para um trabalho com tanta expectativa, e isso continua em "Telepathy", que ainda mostra o vocalista como um Jared Leto piorado.

Primeira de quatro inéditas, “Bitches Brew”, mesmo sendo novidade, não soa melhor do que as outras. Ainda parece uma banda cover de outra, teoria reforçada em "Thholyghst", outra canção completamente passável. Completando a sequência bem ruim, "Trophy" consegue soa como um drama indie de baixo orçamento, mas com roteiro previsível.

"The Epilogue" ainda soa um pouco melhor, mas, quase na metade do álbum, não ajuda a passar a impressão de que vá melhorar. Porém "Bermuda Locket" sobe um pouco o nível da audição, melhorando na ótima "Frontiers". Mas a empolgação termina na lenta e chatíssima "Nineteen Eighty Four", com todo sofrimento do vocalista não fazendo o menor efeito.

Em “Option” quase tive certeza de que era Leto que estava cantando, faltando apenas a tirolesa, já em "Nineteen Eighty Seven" até acontece uma tentativa de soar sombria, porém não funciona em nenhum momento. A boa, e pop, "Blk Stallion" consegue fazer o que só três canções haviam feito: é boa e minimamente audível. A instrumental que leva o nome do trio é muito, muito boa, e supera qualquer uma de Crosses. Por fim, “Prurient” e “Death Bell” encerram de maneira previsível.

Talvez tenha sido um erro em apostar nas canções de EP 1 e EP2 na formação do disco. Existem poucas novidades e o que acrescentar com relação à banda e ao trabalho como um todo. Se o 30STM sonha em ser o novo Queen, o Crosses ocupou o lugar que era da família Leto por conta das faixas arrastadas, vocal gritado e dramas desnecessários ao longo de quase uma hora de audição, muito tempo para algo tão ruim. Só cinco das 15 músicas são boas, mostrando que eles têm muito que crescer.

Tracklist:

1 - "This Is a Trick"
2 - "Telepathy"
3 - "Bitches Brew"
4 - "Thholyghst"
5 - "Trophy"
6 - "The Epilogue"
7 - "Bermuda Locket"
8 - "Frontiers"
9 - "Nineteen Ninety Four"
10 - "Option"
11 - "Nineteen Eighty Seven"
12 - "Blk Stallion"
13 - "Cross"
14 - "Prurient"
15 - "Death Bell"

Nota: 1,5/5



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