Resenha: Pharrell Williams – G I R L


Ele é conhecido pelas inúmeras parcerias que fez com diversos artistas ao longo dos anos, também é conhecido por ser o baterista de Hans Zimmer, um dos deuses das trilhas sonoras de Hollywood. Mas chega a hora que um homem precisa trilhar seu próprio caminho. No caso de Pharrell Williams, oito anos foi tempo suficiente para preparar o terreno para seu segundo disco solo.

O conjunto de cordas que abre "Marilyn Monroe", primeira faixa do trabalho, é feito por Hans Zimmer, e isso só mostra como é importante aproveitar as parcerias. Apesar de ter balanço, ela não funciona quando Pharrell quer bancar o rapper. Ele é muito melhor quando parte para sua veia mais pop, mostrando todo seu talento em saber amarrar estilos.

A parceria entre Williams e Justin Timberlake em "Brand New" traz um belo funk, e os dois combinaram muito bem – fora que a canção é praticamente feita para Timberlake sair dançando por aí. Já "Hunter" não fede nem cheira, e não faria diferença se não estivesse no álbum. Por coincidência, ela é a primeira da sequência de três canções em que Pharrell está sozinho no vocal.

A segunda é “Gush”, algo mais ao estilo de Michael Jackson e Prince fizeram entre o final dos anos 1970 e 1980. Ela é boa, mas não é mais do que isso. Por fim, encerrando o momento solo, “Happy” tem cara de hit e não foi de graça o sucesso, que faz parte da trilha de Meu Malvado Favorito 2. É muito pop, fácil de decorar, traz um pouco de R&B e é bem divertida, e é boa para cantar por três dias seguidos.

"Come Get It Bae" conta com a participação de Miley Cyrus e a participação dela não acrescenta em nada. Aliás, ela não faria falta alguma. Ainda no embalo de “Get Lucky”, o grande hit do primeiro semestre de 2013, Pharrell e o Daft Punk se juntaram novamente, desta vez na ótima "Gust of Wind", que não foge do que eles fizeram em Random Access Memories.

O clima de Rei Leão toma conta de "Lost Queen" até a hora em que o barulho de chuva batendo na água serve como ponte para a segunda parte em que JoJo aparece. Ela é uma dessas cantoras adolescentes que aparecem e somem na mesma velocidade, e não faria a menor diferença se fosse ela ou outra qualquer. E se JoJo não faz jus ao convite, Alicia Keys mostra em "Know Who You Are" toda sua categoria em uma boa música. "It Girl" encerra G I R L como todos esperam: dançante e para cima.

É sempre bom ter um carro-chefe em um álbum, mas, nos tempos atuais de downloads e facilidades, uma canção boa em um mar de faixas irregulares não é capaz de salvar um disco. E esse é o caso do segundo disco da carreira solo de Pharrell Williams: tem uma faixa excelente no meio de outras que não agradam tanto, deixando um quê de desapontamento.

Tracklist:

1 - "Marilyn Monroe"
2 - "Brand New"
3 - "Hunter"
4 - "Gush"
5 - "Happy"
6 - "Come Get It Bae"
7 - "Gust of Wind"
8 - "Lost Queen"
9 - "Know Who You Are"
10 - "It Girl"

Nota: 2,5/5



Veja também:
4 em 1: Phantogram, Sun Kil Moon, Reverend Horton Heat e Los Lonely Boys
Resenha: David Crosby – Croz
Resenha: St. Vincent - St. Vincent
4 em 1: Crystal Method, Indian, Nashville Pussy e I Break Horses
Resenha: Beck – Morning Phase
Resenha: Katy B – Little Red

Siga o blog no Facebook, no Twitter e no Instagram


Comentários