Resenha: St. Vincent - St. Vincent


Annie Erin Clark usa o pseudônimo St. Vincent há vários anos e foi assim que conseguiu o sucesso com Strange Mercy, que colocou a cantora entre as boas revelações de 2011 com um bom trabalho. Boa letrista e instrumentista competente, ela retorna neste ano com um disco que leva seu nome artístico.

O novo álbum começa em "Rattlesnake", com a batida eletrônica predominando durante toda faixa dançante, enquanto a ótima "Birth in Reverse" mistura o recurso usado na música anterior aliado com o uso da guitarra com riffs interessantes. Aqui temos outra feita para dançar com algo a mais: ela é muito próxima desse R&B atual.


Em "Prince Johnny" temos a St. Vincent como a conhecemos antes: sombria e cheia de elementos do chamado art pop – subcategoria musical que engloba músicas com ar artístico e sereno. Equilibrando tudo que foi feito até aqui, a pop "Huey Newton", que leva o nome do cofundador do grupo Panteras Negras. Outra boa faixa. Quase na metade do disco, "Digital Witness" soa como um cover de Prince. Animada, ela tem cara de sucesso por ser diferente e por soar atual, mesmo parecendo algo feito nos anos 1980 e ser bem chiclete. De volta ao clima etéreo, "I Prefer Your Love" tem o refrão bem grudento e uma melodia bem suave.

St. Vincent consegue em "Regret" colocar um violão audível na faixa que traz com força total o uso dos sintetizadores, piano e da bateria, e isso faz toda diferença no equilíbrio e suavidade. "Bring Me Your Loves" tinha um potencial incrível, mas não tem nada que chame a atenção ou impressione – apenas a repetição do refrão é capaz de grudar na cabeça por dias.

"Psychopath" tem uma boa letra, como por exemplo o verso keep me in your soft sights/ When all of the rest have moved on/ And I'll keep you in my soft sights/ When all of the crowd has gone home. Aqui, mais uma vez, ela consegue usar todos os recursos que têm para fazer uma boa musica, diferente da passável "Every Tear Disappears". Para finalizar as 11 canções, "Severed Crossed Fingers" é uma balada semiacústica muito emotiva e que ganhará o ouvinte pela delicadeza dos versos e da melodia.

Sete anos depois de sua estreia em estúdio, St. Vincent conseguiu encontrar o equilíbrio para fazer um álbum eletrônico, pop e indie moderno. Com letras muito boas, esse trabalho é o melhor da cantora em sua curta história e estabelece um novo padrão em sua carreira. Vale a pena deixá-lo tocando durante o dia, porque há canções para todos os gostos.

Tracklist:

1 - "Rattlesnake"
2 - "Birth in Reverse"
3 - "Prince Johnny"
4 - "Huey Newton"
5 - "Digital Witness"
6 - "I Prefer Your Love"
7 - "Regret"
8 - "Bring Me Your Loves"
9 - "Psychopath"
10 - "Every Tear Disappears"
11 - "Severed Crossed Fingers"

Nota: 4/5