Resenha: Warpaint – Warpaint


Quatro anos é um tempo muito longo entre um trabalho e outro, principalmente nesses tempos em que tudo acontece tão rápido que ninguém percebe. Mas as meninas do Warpaint não ligaram para isso e trabalharam no sucessor de The Fool, de 2010, neste ano. Entre os lançamentos do primeiro semestre, sem dúvida este era um dos mais aguardados pela crítica e pelo público.

Depois de uma introdução de pouco menos de dois minutos, Warpaint começa para valer com ares de dream pop e experimentalismo com “Keep It Healthy”. É e logo no início que veremos como será, basicamente, todo trabalho: baseado em muitos efeitos eletrônicos, eco e em um caminho ainda mais experimental que muitas bandas estão seguindo nos últimos anos.

A depressiva “Love Is To Die” tem uma boa melodia e consegue colocar o ouvinte dentro do clima proposto pela faixa, enquanto “Hi” e “Biggy” mantêm o clima low-profile do álbum por mais de dez minutos. Em “Teese”, a sensação é a de que é a não mudamos o ritmo, algo que cansa um pouco depois de duas audições.

“Disco// Very” surpreende pelo fato de sair da zona de conforto da banda nos últimos 15 minutos e parte para algo mais interessante e menos trabalhado artificialmente. “Go In” retoma a calmaria, mas chama a atenção pelo casamento entre a bateria e a voz cheia de efeito, lembrando um pouco algumas canções brasileiras – fora o clima intimista.

Já “Feeling Alright” segue com a boa atmosfera, mesmo com uma pequena queda, que acontece mesmo em “CC”. Ela é totalmente dispensável por parecer como quase todas citadas anteriormente. Penúltima faixa, “Drive” muda um pouco o patamar do trabalho, sendo uma das melhores ao lado de “Son”, que encerra álbum.

Warpaint pintou como um dos grandes discos de janeiro, mas é menos empolgante do que dá a entender. A seção rítmica é muito boa e compensa algumas coisas, mas não compensa o fato de que esse álbum não vai atingir, talvez não tenha, todo tipo de público. A banda está em uma rotação muito própria dentro do chamado art rock, essa mistura entre psicodélico, indie moderno e dream pop, por isso será completamente natural não vê-lo em futuras listas de melhores.

O experimentalismo não é novidade, mas é algo que está ficando batido e desinteressante, principalmente quando usam os mesmos recursos em praticamente todas as faixas. Não há nada de muito novo nesse quesito, enfraquecendo qualquer chance de redenção ou melhora. Não sei se a expectativa era muito alta, mas é fato consumado um quê de desapontamento no resultado final.

Tracklist:

1 - "Intro"
2 - "Keep It Healthy"
3 - "Love Is to Die"
4 - "Hi"
5 - "Biggy"
6 - "Teese"
7 - "Disco//very"
8 - "Go in"
9 - "Feeling Alright"
10 - "CC"
11 - "Drive"
12 - "Son"

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