Parabéns, Jimmy Page


Chegar aos 70 anos não deve ser um caminho fácil, ainda mais se você é James Patrick Page, um dos melhores guitarristas da história do rock. Também não deve ser muito fácil tomar conta de um legado do tamanho do Led Zeppelin, a maior banda do mundo nos anos 1970, até os dias atuais.

Assim como muitos de seus contemporâneos, Page é um dos filhos da Segunda Guerra Mundial, e foi adolescente entre o fim dos anos 1950 e 1960, época em que o rock and roll, blues e R&B cresceram absurdamente na Inglaterra que ainda sofria as consequências do pós-guerra. Sem uma cena musical forte, com o jazz e a música clássica dominando as paradas, o país sofria forte influência dos Estados Unidos, daí o crescimento dos três estilos musicais entre os jovens ingleses.

Mas diferente de muitos de seus pares, o guitarrista foi incentivado pelos pais a seguir o caminho da música. Eles compraram o primeiro violão e a primeira guitarra usada por Page, que até tentou ter uma banda e fazer turnês pelo circuito inglês, mas uma doença fez com que se retirasse e optasse pelo caminho de músico de estúdio.

Ser músico de estúdio naquele período era participar de gravações sem ser creditado devidamente – entre elas “A Tears Go By”, de Marianne Faithfull, e “I Can’t Explain”, do The Who. Vendo todo esse talento, Andrew Loog Oldham, então empresário do Rolling Stones, o contratou como músico de sua gravadora, a Immediate. Depois de um tempo, todo esse serviço legal acabou e ele ficou fadado a trabalhar em jingles.

Pouco tempo antes de aceitar o trabalho no estúdio, Jimmy Page foi convidado a ocupar a vaga de Eric Clapton nos Yardbirds. Mas como era amigo do também guitarrista, ele recusou, mas indicou Jeff Beck para o lugar no momento em que a banda começava a fazer sucesso. Quando Paul Samwell-Smith anunciou que estava saindo da banda, não houve dúvidas em quem convidar para ocupar a vaga. E era a chance de sucesso do já experiente músico de estúdio.

Mesmo entrando em uma grande banda, o tempo dele como membro do Yardbirds foi ótimo para quem tinha pouca experiência na estrada, ainda mais estando em um grupo famoso – que teria seu fim em 1968. Nesse período, Jimmy foi maquinando e construindo o que viria a ser o Led Zeppelin ainda sob o nome mais famoso. Daí por diante, a história já foi contada e recontada o suficiente para sabermos que o guitarrista, produtor e compositor está entre os maiores da história.

Completar sete décadas cuidando de todo esse legado e história deve dar um baita trabalho (diga-se de passagem), mas é muito bom ver que ele ainda está aí fazendo o que quer, mesmo significando nada de muito novo.

Feliz aniversário, Jimmy Page.

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Áudio: Jimmy Page - She Just Satisfies
Foto: Jimmy Page bebendo uísque
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DVD: Celebration Day, do Led Zeppelin
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