Resenha: Stone Temple Pilots with Chester Bennington – High Rise EP


O retorno do Stone Temple Pilots à cena causou alegria entre os fãs. Em 2002, após brigas entre o vocalista Scott Weiland e o guitarrista Dean DeLeo, a banda decidiu encerrar as atividades e todos partiram para projetos paralelos, com Weiland tendo certo sucesso liderando o Velvet Revolver – banda que contava com Slash e vários outros ex-integrantes do Guns ‘n’ Roses.

Seis anos depois, o grupo reuniu-se novamente, aparou as arestas e lançou o álbum intitulado Stone Temple Pilots, que foi bem recebido pelo público e pela crítica. Uma turnê foi feita, e eles passaram duas vezes pelo Brasil em menos de um ano – uma em um show solo no finado Via Funchal e outro no também finado festival SWU, em Paulínia, interior de São Paulo.

Mas a relação entre Weiland e os outros integrantes começou a ruir novamente, pois ele não queria fazer a turnê comemorativa do Core, primeiro disco da banda. Isso tudo acabou na surpreendente demissão do vocalista da banda no início deste ano. Dois meses depois, o Stone Temple Pilots anunciava a chegada de Chester Bennington, do Linkin Park, para ocupar a vaga em aberto. A parceria rendeu o EP High Rise, que começa com “Out of Time”, faixa com cara de STP: guitarra muito alta e tudo funcionando muito bem. Até mesmo Bennington mostra suas qualidades com um vocal gritado, sua principal característica.

Segunda canção, “Black Heart” lembra bastante o último trabalho da banda em estúdio, mas parece que falta alguma coisa para dar corpo na música. O excesso de “yeah, yeah” incomoda um pouco a audição e não havia necessidade alguma de colocá-los. Ela serve para mostrar que Dean DeLeo segue muito afiado como guitarrista – ele merece mais atenção nesse quesito.

"Same on the Inside" soa como uma canção do Linkin Park. Ou seja, é ruim. Ela é muito plastificada, sem alma, sem energia e não tem nada de inovador ou que chame atenção. Puramente descartável. Outra que também não merecia fazer parte da discografia do STP é “Cry Cry”, que pouco lembra o som feito por uma das bandas clássicas dos anos 1990. “Tomorrow” encerra o trabalho até tentando ganhar destaque, mas é sofrível.

Se os três membros restantes do Stone Temple Pilots queriam seguir em frente sem o vocalista original da banda, por que não trocaram de nome? Olhe o exemplo do Audioslave: são três integrantes do Rage Against the Machine com Chris Cornell, e eles criaram uma coisa única e muito legal. Ao não mudar de nome, Robert e Dean DeLeo e Eric Kretz jogaram o nome da banda no lixo com um disco com apenas uma canção boa. É um fim muito triste para uma banda que marcou tanto há 20 anos.

Tracklist:

1 - "Out Of Time"
2 - "Black Heart"
3 - "Same On The Inside"
4 - "Cry Cry"
5 - "Tomorrow"

Nota: 1,5/5



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Demitido
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