Livro: The Dark Side of the Moon - Os Bastidores da Obra-Prima do Pink Floyd, de John Harris


Imagine só: no final dos anos 1960, você monta uma banda e tem uma das mentes mais brilhantes da música (Syd Barrett) como principal compositor. Um disco é lançado e todo esse potencial é colocado para fora em um futuro que vislumbra ser brilhante, mas o grande nome do grupo é esquizofrênico e, potencializado com uso quase ininterrupto de LSD, fica louco e acaba sendo dispensado por insistência do baixista controlador e perfeccionista. Com o novo vocalista, tentativas frustradas de um trabalho de destaque aconteceram até chegar ao ápice com um dos álbuns mais geniais da história da música.

Isso tudo aconteceu no início do Pink Floyd até desembocar em The Dark Side of the Moon, eleito por muitos o segundo maior álbum de todos os tempos – só perde para Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band, dos Beatles, por muito pouco. De John Harris, o livro The Dark Side of the Moon - Os Bastidores da Obra-Prima do Pink Floyd é muito recomendado para quem não só gosta da banda, mas para quem deseja conhecer um pouco a história da música entre o final dos anos 1960 e início de 1970 e pessoas que curtem os bastidores e técnicas de gravações.

Muito habilidoso para juntar histórias, Harris não foca apenas na obra-prima do Pink Floyd, mas em todo período que antecedeu o trabalho. Ou seja, é possível saber os motivos que levaram David Gilmour, Nick Mason, Roger Waters e Richard Wright a chegar ao LP que garantiu a eles a fama mundial definitiva. Por exemplo, é muito interessante saber como o perfil de Waters foi construído – de rapaz até certo ponto quieto até chegar ao controlador com um ego gigantesco de composições brilhantes; e Gilmour, que era tratado como mero substituto de Syd Barrett, mas que conquistou seu espaço por ser um músico mais habilidoso do que Roger.

A história do Pink Floyd é cheia de atos, quase uma trama que mistura egos enormes, sucesso, fracasso, ascensão e queda, e tudo isso é contado muito bem pelo autor, que não poupa os membros da banda em nenhum momento em suas linhas. Importante destacar que a banda só cresceu após The Dark Side of the Moon, mas isso causou dor, sofrimento e brigas épicas durante os anos seguintes, resultando na saída de Waters. Mas a história já estava escrita, e o oitavo disco de estúdio do grupo, até hoje, recebe todos os méritos por isso.


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