Resenha: Coldplay - Mylo Xyloto


Depois de Viva la Vida or Death and All His Friends, de 2008, o Coldplay lançou neste ano Mylo Xyloto, o quinto álbum de estúdio da banda, e Chris Martin e seus amigos seguem na esperança de dominar o mundo (ou quase isso).

Música que dá nome ao álbum “Mylo Xyloto” é uma abertura, sem letra, que é feita com instrumentos típicos da Ásia e quando você menos percebe já está em “Hurts Like Heaven”, a segunda do disco. Rápida e com muitos efeitos, deve funcionar bem para abrir a atual turnê da banda – que passou pelo Brasil, no Rock in Rio. Meio desesperado, Martin canta You use your heart as a weapon/ And it hurts like heaven.

Ao final de “Hurts Like a Heaven”, o ritmo diminui um pouco e “Paradise” aparece como terceira faixa. A música poderia estar em Viva la Vida... tranquilamente. É uma das faixas que pode virar um clássico da banda, pois tem uma letra profunda, muito piano, efeitos, muitos backing vocals e vozes por trás de Martin, e uma bateria bem ritmada, tudo bem ao estilo Coldplay de fazer um hit. Além de um refrão repetitivo e grudento.


A quarta música do disco é “Charlie Brown”, quando Martin começa como um menino muito rebelde ao cantar I stole a key/ Took a car downtown where the lost boys meet. É uma música claramente inspirada em uma criança, com claras referências a histórias como "O Mágico de Oz". Nos shows, a canção deve funcionar bem.

Já “Us Against the World”, outra que começa com muitos efeitos, mas é uma balada no violão. Depois, o piano de Martin e uma guitarra aparecem para dar o tom melodramático a musica. “M.M.I.X.” dá a abertura para “Every Teardrop Is a Waterfall”, talvez a melhor do disco até aqui, também é a mais melosa e cheia de efeitos. Em “Major Minus” é onde o Coldplay arrisca no disco e a música soa mais pop do que as outras.

“U.F.O” é outra música no violão que dá sono ao ouvir e quando você menos espera, já está em “Princess of China”, parceria da banda com a cantora Rihanna. Chris Martin afirmou que fez a música pensando que a voz da cantora se encaixaria bem. Pode até ter encaixado para Martin, mas ficou muito ruim.

Outra balada pop regada a piano e efeitos, esta é “Up in Flames”, que também é sonolenta e chata. “A Hopeful Transmission” é outra música que serviu como ponte para a próxima, que é “Don't Let It Break Your Heart”. E a banda tenta acordar o publico e até conseguiria, se não fosse mais uma letra melosa e ruim.

Para finalizar, “Up with the Birds” começa com Martin e seu piano, com um efeito e vozes do além ao fundo. Depois, um violão surge para acompanhar até o final do disco, quando o cantor tenta passar uma mensagem de esperança ao dizer A simple thought/ But I know one thing/ Good things are coming our way.

Sinceramente, não dá para entender o ponto em que o Coldplay quer chegar com Mylo Xyloto. Está longe ser algo na fase dos dois primeiros discos, quando a banda se firmou no cenário com bons hits e não dá para saber se eles quiseram arriscar – é tudo muito misturado. Se a intenção foi essa, eles foram mal. Forçando muito, dá para tirar um dos bons singles desse disco, justamente “Paradise” e “Every Teardrop Is a Waterfall”, que já ganharam clipes. E claro, a parceria com Rihanna deve render algo.

O Coldplay caiu na irregularidade e na comodidade com o novo trabalho. Após lançar o ruim X&Y, de 2005, a banda voltou bem com Viva La Vida... e recuperou o terreno. Com Mylo Xyloto, perdeu mais uma vez. Mas periga não ter volta, já que ouvir alguém guerreando contra o mundo para falar de amor é até legal, mas, em excesso, cansa (e dá sono).




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